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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

AUMENTE A EFICIÊNCIA DO SEU REBANHO, CONSULTE UM ZOOTECNISTA.




João Paulo de Farias Ramos
Técnico em Agropecuária da EMEPA-PB
Zootecnista - Universidade Federal da Paraiba UFPB-CCA
Msc. em Zootecnia - CCA-UFPB 
Telefone: (83) 96277301




O ABC da caprino-ovinocultura sem rodeios

Fábrica boa é fábrica pintada, limpa, funcional, econômica, com olho no futuro - assim também é a criação de ovinos e caprinos.
 
Em roteiro pelo Sertão Potiguar, José Judas Tadeu Pontes e Mário Cardoso de A. Neto ministraram várias palestras, resumindo os principais conhecimentos para garantir sucesso na criação. Aqui estão os principais momentos.
 
O reprodutor
 
Os reprodutores precisam ser de origem provada, com linha dorsolombar larga e reta, os aprumos retos e firmes e as costelas bem arqueadas. Seus testículos e escroto são simétricos e bem inseridos.
 
A relação deve ser 1 reprodutor para cada 30 fêmeas no campo. Já num sistema de monta controlada 1 reprodutor pode servir até 100 fêmeas. Deve-se levar a matriz no cio até o reprodutor, duas vezes, com intervalo de 12 horas.
 
O que é necessário para funcionar a máquina?
 
- Forragem de qualidade;
- Leguminosas e gramíneas verdes;
- Leguminosas e gramíneas armazenadas (silagem ou feno) – estratégia e economia.
- Ração complementar (suplementação);
- Mistura mineral (sal comum e outros elementos);
- Água limpa e de boa qualidade.
 
Como alimentar a máquina animal
 
As fêmeas devem ser secas antes da entrada do cio (15 dias). O sistema do manejo é mantido por aproximadamente 30 dias e elas são encaminhadas ao campo para passarem 60 a 70 dias. O crescimento fetal está no pico - 70% no terço final da gestação, sendo necessária a suplementação alimentar.
 
Como proceder com os produtos?
 
Acompanhar as matrizes no momento do parto (baia maternidade). O corte e desinfecção do umbigo devem ser feitos com uso de material limpo e iodo (10%), 3 vezes/dia por 2 dias.
 
Como proceder o desmame?
 
Colocar as crias (machos e fêmeas) juntamente com as matrizes em pastagem verde e se preciso suplementar no cocho até os 60 dias. O desmame deve se feito entre 60 a 70 dias. Quando os animais chegarem a 25-30 kg de peso vivo, o criador separa os machos para venda e as fêmeas para reprodução.
 
Estrutura das áreas de campo
 
A estrutura deve ser no mínimo dois cercados na vegetação nativa para as matrizes paridas e não-paridas. Um cercado verde, sempre que possível, para as matrizes prenhes e recém-paridas e também para as crias desmamadas e reservadas para a venda.
 
Estrutura - áreas de campo
 
Cochos para suplementação alimentar e água são características no planejamento de estruturas no campo. Neste caso:
- Ração e sal – cocho na sombra.
- Água – cocho no sol.
Nunca colocar cochos de ração, sal ou mistura múltipla no campo desprotegidos da chuva.
 
Estrutura – Aprisco
 
O aprisco é um abrigo fechado para os animais jovens, protegendo-os das correntes de vento. Eles têm áreas de sombra (sem sol hora nenhuma) e varredura com cal virgem, uma vez por semana.
Abrigos separados e limpos para todas as categorias. Eles são indicados para:
- Matrizes (baias para maternidade e amamentação);
- Reprodutores;
- Animais jovens (currais coletivos).
 
Sanidade - verminoses
 
- Controle das parasitoses : Helmintos e protozoários;
- Método Famacha – tratamento individual (Haemonchus);
- Inóforos – Salinomicina (Eimeria).
 
 A estratégia de vermifugação, além da aplicação, depende de:
- Instalações limpas;
- Fezes retiradas dos arredores das instalações;
- Evitar aglomerados de animais;
- Separar os animais por faixa etária;
- Promover quarentena para animais adquiridos.
 
Sanidade - mineralização
 
O uso de minerais, como o enxofre, e principalmente de aditivos ionóforos como a Salinomicina são a principal forma de profilaxia contra a Eimeriose.
 
Sal comum  .................................   25kg
Micromineral (Suprafós) ................ 1kg
Enxofre ........................................ 250g
Salinomicina ................................ 300g
Fosfato Bicálcico/Farinha de osso ... 3kg
 
Sanidade - vacinação
 
- Profilaxia contra as Clostridioses (Enterotoxemia)
Animais jovens (30 a 45 dias) – aplicar 2mL intramuscular e repetir com 30 dias.
Animais adultos – aplicar 2mL i.m. - anualmente.
 
 A perspectiva da vacinação é sanar doenças como: linfadenite caseosa, ectima contagiosa e pododermatite.


Sanidade - tratamentos quimioterápicos

Os tratamentos quimioterápicos são utilizados nas seguintes doenças:
- Doenças respiratórias;
- Linfadenite Caseosa – Mal-do-caroço;
- Pododermatite – Podridão do pé, manqueira, mal dos cascos;
- Ectima contagioso – Boqueira;
- Ceratoconjuntivite.

Sanidade - doenças exóticas ou multissistêmicas

São doenças exóticas ou multissistêmicas:
- CAEV;
- Micoplasmose;
- Maed-visna;
- Scrapie;
- Conidiobolomicose.

Sanidade - principais causas de morte

As principais causas de mortalidade nas crias são:
–Subnutrição;
–Enterites (bactérias e protozoário – Eimeria);
–Broncopneumonias;
–Infecções umbilicais.

Recomenda-se a administração de soro caseiro para reidratação, além dos antibióticos e sulfas no tratamento das diarreias.

Sanidade - acompanhamento no dia-a-dia

Observar:

- Condição corporal dos animais (animais magros);
- Os sinais (se o animal está arrepiado, mancando, por exemplo);
- Presença de bicheiras;
- Se o animal está andando devagar e não acompanha o grupo;
- Fêmeas que abortam ou rejeitam as crias;
- Corte dos cascos;
- Presença de caroços (linfadenite caseosa);
- Ferimentos em torno da boca.

Considerações Finais

O aprisco deve ser suspenso, se assim pode ou é exigido pela região.
Pode-se ver a idade dos caprinos e ovinos pelos dentes.
Os animais são separados por categorias para garantir o bom desempenho na criação.
Quanto à nutrição, colocar a ração aos poucos e continuamente ao longo do dia.
A mistura de S.S.S.F.O.U. é importante para a sanidade animal e o pedilúvio na limpeza da entrada de currais. Deve-se fazer a coleta de fezes para exame quanto à saúde do animal.
O melhoramento do rebanho é feito pela seleção, mantendo a rotina de escrituração (anotações diárias) e o mesmo sendo acompanhado e suplementado.


“O conhecimento empírico do produtor e do tratador jamais deverá ser menosprezado.”

Autores - José Judas Tadeu Pontes; Mário Cardoso de A. Neto - Médicos-Veterinários.

João Paulo Farias Ramos
((( Luiz Garcia )))



 









EMEPA promove melhoramento genético de caprinos.








Continuando com o investimento no melhoramento genético da caprinovinocultura do Estado, a Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa) traz no dia 23 de junho, o professor Dr. Antonio López Sebastián, titular do Departamento de Reproducción Animal do Instituto Nacional de Investigación y Tecnología Agraria y Alimentaria (INIA), da Espanha, para treinamento com técnicos e pesquisadores.

A Emepa finalizou, em fevereiro, um processo de transferência de 638 embriões importados da África do Sul a matrizes receptoras de ovinos e caprinos. Ao todo, 288 ovelhas e 350 cabras de corte (das raças Boer e Savana) e leiteiras (Saanen e Alpina Britânica) estão como “barrigas de aluguel” de animais de alta qualidade genética. A gestação leva em torno de cinco meses. O novo rebanho deve nascer em meados de julho.

A compra dos mais de 900 embriões aconteceu no ano passado, com recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza da Paraíba (Funcep-PB) e investimentos de mais de R$ 1 milhão. Neste ano de 2012, mais 900 embriões serão importados, também da África do Sul, com recursos federais (em torno de R$ 1 milhão) advindos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), com contrapartida do Governo do Estado.

Agricultura familiar – A ideia é repassar toda tecnologia genética para os produtores rurais que praticam a agricultura familiar na Paraíba. A orientação partiu do governador Ricardo Coutinho. Com a inovação tecnológica oferecida pela Emepa, será multiplicado o apoio aos produtores do Estado ao reproduzir animais de alta carga genética. A meta é fazer com que as famílias aumentem a renda a partir de animais que tenham maior produtividade de carne e leite. O projeto visa o beneficiamento do Programa do Leite na Paraíba.

A transferência de embriões e outros tipos de pesquisa e experimentações acontecem no laboratório denominado Estação Experimental de Pendência, localizado no município paraibano de Soledade. Como explica o diretor técnico e pesquisador da Emepa, Wandrick Hauss de Sousa, “Na Estação, existe o laboratório de reprodução, de transferência de embrião, que vai servir também para outro trabalho: de instrumento de apoio. Nós vamos dar continuidade à coleta de sêmen e à transferência de embrião, e então repassar os resultados para os produtores e parceiros. Estamos equipando esse laboratório para fazer esse trabalho com todos nossos rebanhos: transformar a inseminação e transferência de embrião em algo rotineiro e que irá servir de instrumento para melhoramento, multiplicação e crescimento”, esclarece o pesquisador.

O diretor explica que a escolha por essas linhagens sul-africanas se deu pela adaptação ao ambiente local das raças e que a Paraíba já tem uma experiência de mais de 15 anos na reprodução desses animais. Para Wandrick Hauss, é preciso investimento de base – em genética e produção – para que a Paraíba ganhe investimentos no futuro. Desse modo, todos irão ganhar: desde o pequeno produtor até o consumidor final.

Ele conta que o Estado da Paraíba já foi considerado o maior produtor de leite de cabra do país, chegando a produzir 18 mil litros por dia. “Visualizamos um projeto de retomar a genética e disponibilizar mais animais reprodutores para pequenos criadores, além de oferecer-lhes o Programa Estadual de Alimentação Animal”, afirma Wandrick. O Programa, desenvolvido por meio da Secretaria do Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap) tem o objetivo principal de tratar da manutenção dos rebanhos de bovinos, caprinos e ovinos, favorecendo uma alimentação adequada para a sustentabilidade da produção animal.

Núcleos multiplicadores – A Emepa está com inscrições abertas para o Processo de Seleção e Credenciamento dos Produtores Individuais e das Associações de Produtores Rurais, edital advindo do Programa de Fortalecimento da Caprinovinocultura. O edital (que pode ser acessado em http://www.emepa.org.br) prevê a cessão de uso de aproximadamente 50 animais reprodutores. “O produtor se inscreve e se habilita a receber um animal reprodutor durante dois anos, sem custo algum. Esse projeto vai possibilitar a geração de vários outros animais a partir desses reprodutores. O edital vai beneficiar cerca de 450 famílias diretamente e, indiretamente, milhares de cidadãos paraibanos”, estima Wandrick Hauss.

O diretor reforça que a Emepa não empresta animais a não ser dessa forma, via cessão de uso. A ideia é democratizar o uso dos animais e, com isso, o desenvolvimento das pesquisas. Assim, a Emepa está criando núcleos multiplicadores juntamente com os produtores. Parte desses produtores faz parte dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) que são, em sua maioria, pequenos produtores ou agricultores familiares. Agora que os novos recursos advêm do PAC, o programa terá uma maior abrangência para médios produtores, que também podem ser favorecidos adquirindo, nos leilões anuais promovidos pela Emepa, os animais geneticamente melhorados.

“O objetivo final dessas ações é melhorar as condições de produção e agregar valor aos produtos. Não é só o programa de melhoramento genético que estamos fazendo, isso inclui investimento na alimentação (Programa Estadual de Alimentação Animal), programa de capacitação e difusão de tecnologia, investimento em pesquisa. Estamos investindo mais R$ 2 milhões na Estação de Pendência, com recursos do PAC, promovendo a recuperação da estação e novos laboratórios”, enumera Wandrick.

Produtos diversificados – Na estação de pendência, não são realizadas apenas as transferências e pesquisa em genética. Há também os laboratórios para produtos. A melhoria vai possibilitar o aprimoramento tecnológico de produtos já desenvolvidos pela Emepa: linguiça, hambúrguer, carne de charque. A Estação também produz vários derivados do leite. Um novo laboratório irá possibilitar a realização de treinamentos na parte de frigoríficos, na área industrial ou artesanal. “Nossa função não é vender, é fazer demonstração, curso de capacitação, degustações. Desenvolvemos a tecnologia e a apresentamos em feiras e eventos. Com as carnes, por exemplo, nós avaliamos a genética do animal e os cruzamentos, mirando o produto”, explica Wandrick.

Buchada sem linha – As pesquisas da Emepa são inúmeras. Os conhecimentos obtidos na área da caprinovinocultura dariam excelentes resultados até para a indústria. As descobertas adquiridas nas pesquisas são transferidas, sem custos, para empresas e a população em feiras e exposições. Uma experiência exitosa foi o preparo da buchada sem linha. “No lugar do fio, que muitos não gostam e atrapalha a degustação, utilizamos a própria tripa do animal”, explica Wandrick.

Entre os estudos e oficinas já apresentados estão “Cortes comerciais da carcaça de ovinos e caprinos”; “Pertences caprinos para feijoada”; “Buchada caprina”, e “Queijo caprino tipo coalho condimentado com cumaru”.

João Paulo Farias Ramos
((( Luiz Garcia )))








Projetos Especiais - Palmas para o Semi-Árido


O Estado da Paraíba tem boa parte de seu território localizada na região semiárida e,por conta disso, necessita de ações específicas para amenizar os efeitos da seca, ao mesmo tempo em que permita aos produtores rurais da região produzir e gerar renda, ao invés de acumular prejuízos ano após ano. O projeto PALMAS PARA O SEMIÁRIDO, que vem sendo implantado em etapas consecutivas, tem como meta a implantação de mais Núcleos de Tecnologia Social e o acompanhamento técnico além do aocmpanhamento dos NTS já implantados. Além disso, será intensificado o trabalho no segmento Pequeno Especialista”, direcionado à educação de crianças das escolas rurais, merendeiras e professoras. Nestes NTS a serem implantados serão realizadas ações de capacitação, desde a escolha das áreas de plantio, seleção dos participantes, preparo de solo, plantio, tratos culturais, colheita e beneficiamento da produção, bem como as diversas capacitações relativas aos procedimentos para associativismo, alimentação humana e alimentação animal. Quanto aos NTS já implantados, será feito todo o acompanhamento técnico e gerencial, com a realização das diversas ações previstas, tais como: manejo da cultura, treinamentos diversos sobre a fabricação de farelo e outros, visitas técnicas e encontros rurais. Em todos os núcleos serão realizadas ações de capacitação, tanto para os produtores envolvidos diretamente com as unidades, bem como daqueles que aderirem ao projeto para plantio de campos de palma em nível de propriedades rurais, isoladamente ou em grupos. No segmento denominado “Pequeno Especialista”, os processos de fabricação de produtos para consumo humano e de cosméticos estarão sendo realizados em períodos pré-determinados, uma vez que o plantio será feito de forma diferente, em canteiros, cuja produção se iniciará com alguns meses após o plantio e serão realizados treinamentos para alunos, professoras, merendeiras e mães de alunos. Neste trabalho os envolvidos estarão sendo capacitados para fabricação de doces, sucos, biscoitos, tortas, etc, para alimentação humana, bem como a fabricação de cosméticos (xampu e sabonetes). Este processo de capacitação tem por objetivo introduzir conhecimentos sobre a gama de oportunidades que se tem a partir da cultura da palma para alunos das escolas rurais, cujo processo educativo é absorvido e internalizado de forma permanente, e também para as mães, professoras e merendeiras, criando oportunidades reais de geração de emprego e renda. No primeiro ano de projeto (2005) ocorreu a preparação para a implantação de 07 NTS e 03 UOD’S, visando a produção e o beneficiamento da Palma em municípios localizados na Região Semi-Árida do Estado da Paraíba (cariri e curimataú). No segundo ano (2006), foi concluído o processo de implantação destas unidades e a implementação das diversas ações educativas previstas. Ainda no segundo ano foram selecionados outros 07 municípios em regiões do cariri, curimataú, agreste e sertão, e os mesmos procedimentos adotados foram repetidos.

Objetivo:

Contribuir para o desenvolvimento sustentável da Região Semi-Árida do Estado da Paraíba, com a implantação de espaços educativos denominados “Núcleos de Tecnologia Social – NTS”, para a capacitação continuada de produtores rurais nos municípios de atuação do Programa Felizcidade, nas cidades de Mogeiro, Juarez Távora, Sobrado, São Miguel de Taipu e no Distrito de Galante, fomentando a agroindústria da palma, integrada às atividades da pecuária e aos programas e políticas sociais de segurança alimentar, geração de emprego, renda e inclusão social.

Justificativa:

A atividade de cultivo da palma, nos últimos anos, tem recebido atenção especial devido a sua grande importância na Região SemiÁrida nordestina como principal cultura forrageira. Aliado ao fato de que os produtores rurais praticamente paralisam as suas atividades nos períodos secos, o clima interpõe situações que completam o quadro de dificuldades. É o que chamamos de SECA. Com o novo modelo de exploração da cultura, a Tecnologia do Cultivo Intensivo da Palma, o produtor rural poderá produzir forragem energética em qualquer período do ano viabilizando, sobretudo, o pequeno módulo rural. Com o Projeto Palmas Para o Semi-Árido, os produtores serão qualificados no sentido de se associarem e transformar os Núcleos de Tecnologia Social num Arranjo Produtivo Local – APL, expandir o cultivo adensado para outras localidades e produzir a palma “IN NATURA” com índices elevadíssimos de produtividade. Os envolvidos também serão capacitados a produzir o farelo da palma assim como cosméticos e conservas doces e salgadas.

Principais parceiros:

SEBRAE, FAEPA, Sindicatos de Produtores Rurais e Prefeituras Municipais.

João Paulo Farias Ramos
((( Luiz Garcia )))





CURIOSIDADE DA SEMANA....

Uréia para Caprinos - Fórmula    

Inicialmente, gostaria de informar que das diversas formas de utilização da uréia pecuária na alimentação de ovinos e caprinos, optei por fornecê-la misturada ao sal mineral fornecido ao rebanho.
Tal uso minimiza o risco de intoxicações, pois o cloreto de sódio funciona como um limitador da ingestão, evitando-se que um animal se empanturre.

Na fase de adaptação do rebanho, eu comecei o fornecimento da uréia pecuária na percentagem de 10% da mistura final. Numa segunda fase, passados 10 dias, a percentagem de úreia pecuária aumentou para 20% e, por fim, no vigésimo dia do período de adaptação, a percentagem final atingida foi de 30% de uréia pecuária e 70% de sal mineral. Daí por diante tal proporção será constante.

Vale ressaltar que o sal mineral utilizado deve ser de uma empresa idônea e, necessariamente, com sua formulação conhecida e registrada no Ministério da Agricultura, pois formulação mineral é coisa séria e adquirir produto de origem desconhecida pode acarretar prejuízo ao pecuarista.

Utilizando a uréia pecuária desta maneira eu não tive nenhum animal intoxicado, num rebanho de aproximadamente 90 animais. Para minimizar os riscos de uma mistura errônea optei pela seguinte tática: como o sal mineral que utilizo vem em sacos com peso de 30 Kg, fracionei a uréia pecuária em sacos plásticos, devidamente identificados, com as quantidades para cada fase do período de adaptação, ou seja, 3,30 Kg, 7,50 Kg e 12,85 Kg.

Entreguei ao funcionário o esquema abaixo descrito:

1. Primeira fase - 1 saco de Sal Mineral + 3,30 Kg de uréia = 33,30 Kg da mistura; 
2. Segunda fase - 1 saco de Sal Mineral + 7,50 Kg de uréia = 37,50 Kg da mistura; 
3. Terceira e última fase - 1 saco de Sal Mineral + 12,85 Kg de uréia = 42,85 Kg da mistura.

Outros aspectos importantes:

· Não entreguei o saco de uréia pecuária ao funcionário, somente cada pacote com a quantidade de uréia já devidamente pesada e identificada; 
· Demonstrei como o mesmo deveria proceder no preparo da mistura; 
· Reservei um recipiente apropriado, fechado e identificado para a mistura já pronta para fornecimento aos animais; 
· Deixei o recipiente com a mistura guardado em um cômodo fechado para evitar a entrada indevida de animais; 
· Utilizei cochos de plástico (bombonas recicladas) para mineralização, protegidos das chuvas, com leve inclinação e com perfurações para se evitar o acúmulo de umidade na mistura. Instrui o tratador que quando a mistura, por qualquer motivo, estivesse molhada a mesma deveria ser desprezada. Deve-se evitar a entrada dos animais no cocho, optando-se pelo uso de um canzil de proteção. 
· A mistura ficava permanentemente ao dispor dos animais. Caso ocorra alguma interrupção no fornecimento da mistura por período superior a 48 horas, deve-se fazer novo período de adaptação. 
· Ter atenção na introdução no rebanho de animais não adaptados ao consumo da uréia pecuária.

Dessa forma, notei uma adaptação tranqüila do rebanho ao uso da uréia pecuária + sal mineral e, como já disse, não tive um caso sequer de intoxicação aguda por uréia. Vale lembrar que só utilizo a mistura nos períodos de estiagem (cerca de oito meses) e não falta o volumoso na dieta dos animais, mesmo que seco e fibroso.

Espero ter ajudado os amigos com o meu relato.
Abraços!
Eduardo Oliveira

João Paulo Farias Ramos
((( Luiz Garcia )))






Cana-de-açúcar é alternativa de alimentação para cabras leiteiras.


A cana-de-açúcar in natura pode ser uma alternativa mais barata de alimentação para cabras leiteiras em períodos de escassez de alimento para os animais de pequena produção, em substituição à silagem de milho. Foi o que mostrou o estudo da Unesp de Botucatu, com colaboração Câmpus de Jaboticabal, de autoria do pesquisador Gil Ignácio Lara Canizares, que testou a dieta em animais da fazenda experimental de Botucatu e em diferentes proporções – 100% silagem de milho no volumoso; 33% de cana e 67% de silagem; 67% de cana e 33% de silagem; e 100% de cana-de-açúcar. 

Nos quatro casos, não houve variação na produção de leite das cabras, que mantiveram uma produção diária de 1,7 litros por cabeça. “Foi uma sugestão como uma substituição parcial no volumoso da silagem de milho, que muitas vezes fica inviável economicamente para o produtor. A cana pode ser substituída em pequenas quantidades para nutrição de cabras que não têm alta produção, em épocas críticas de produção de alimento”, afirma. 

Apesar de possui um alto valor energético e da facilidade de obter o produto em algumas regiões, a cana apresenta algumas ressalvas que devem ser levadas em consideração pelo produtor na hora de substituir a alimentação do rebanho. “Uma das coisas que dificulta o uso da cana-de-açúcar para alimentação das cabras leiteiras é o seu alto teor de fibras. A cana-de-açúcar tem um potencial de digestão de cerca de 50%, enquanto a silagem de milho tem entre 65% a 70%”, explica Canizares. 

Além do alto teor de fibras, outras desvantagem da cana é o seu baixo teor de proteínas. “Por isso, uma ideia é diluir um pouco de uréia como parte do concentrado para formar parte da dieta”, orienta. 

Embrapa 

A Embrapa Caprinos e Ovinos também vai começar, ainda este ano, um estudo com a utilização da cana-de-açúcar para a alimentação de cabras leiteiras de baixa produção como alternativa mais econômica. 

“A gente sabe que a cana é um alimento energético, rica em carboidratos solúveis, mas, ao mesmo tempo, tem um teor de fibra alto, o que compromete um pouco a ingestão. Então vale a pena a gente pensar em trabalhar por conta desse aspecto positivo (alimento energético) em fornecer a cana para os animais”, afirma o pesquisador da instituição, Marcos Cláudio Pinheiro. 

Segundo ele, a importância de analisar o potencial da cana-de-açúcar como alternativa está relacionada ao sistema agroindustrial do país e à região onde naturalmente há uma produção de cana.“Toda vez que você trabalha com alimentos alternativos, a ideia é ver o valor nutritivo e a disponibilidade regional, porque é isso que vai fazer com que alguém tome a decisão de substituir um alimento tradicional por um alternativo”. 

Pinheiro ressalta, ainda, que é possível verificar, no site da Embrapa, outras alternativas de alimentação para caprinos e ovinos com estudos já realizados pela empresa com subprodutos de frutas como o maracujá, abacaxi, acerola e algumas plantas forrageiras. 

“Cada tipo de subproduto tem uma caracterização própria para o produtor. Então, ele pode acessar o site da Embrapa Caprinos e conferir as pesquisas realizadas com cada produto e, a partir daí, tomar uma decisão com o que ele espera substituir”, destaca. 

João Paulo Farias Ramos
((( Luiz Garcia )))





Bem vindo ao portal do agroconhecimento!
GADOS DE CORTE - GADOS LEITEIROS - OUVINOS E CAPRINOS

Cursos online » Nutrição e formulação de rações para bovinos de corte com microcomputador.

Inscrições abertas 
Data final para matrícula: 25/02/13
Data de início do curso: 25/02/13
Data de término do curso: 30/03/13 
Categoria: Gado de corte, Nutrição mineral, Nutrição protéica, Produção de carne
A quem se destina: Produtores, pesquisadores e técnicos que trabalham com nutrição e produção de bovinos de corte.
Duração: 80 horas-aula.
Professor: Dr. Antonio Ferriani Branco



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João Paulo de Farias Ramos
((( Luiz Garcia )))


1 comentários:

  • Anônimo says:
    23 de janeiro de 2013 às 15:01

    Esse eu Aprovo, conhece a realidade do Semiárido, sobretudo da Caprinovinocultura e a Palma Forrageira.

    Diego Lima.

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